30 de setembro de 2006

9 de setembro de 2006

LIVRO ON LINE DE IANSÃ

PUBLICAÇÕES EDITADAS PELA FCP – 2003/2007

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Iansã: Iansã é um Orixá feminino muito famoso, sendo uma das mais populares figuras entre os mitos do Candomblé no Brasil, em Portugal e em África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oyá. Para apresentar mais detalhes sobre a história desta importante orixá, a FCP/MinC lança esta cartilha ilustrada falando sobre a orixá, através de belas ilustrações e conta a história de Iansã com uma narrativa criativa e atual.

Leia a publicação http://www.palmares.gov.br/sites/000/2/publicacoes/iansaweb.pdf
(Fonte: Fundação Palmares

8 de setembro de 2006

A COR DA CULTURA

do site www.acordacultura.org.br

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A Cor da Cultura é um projeto educativo de valorização da cultura afro-brasileira, fruto de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, o Cidan – Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, a TV Globo e a Seppir – Secretaria especial de políticas de promoção da igualdade racial. O projeto teve seu início em 2004 e, desde então, tem realizado produtos audiovisuais, ações culturais e coletivas que visam práticas positivas, valorizando a história deste segmento sob um ponto de vista afirmativo. Visite o site www.acordacultura.org.br e confira a riqueza de materiais disponíveis para você saber mais sobre os afro-brasileiros.

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LIVROS ANIMADOS, click e veja histórias afro-brasileiras e africanas feitas para crianças (vídeos no site www.acordacultura.org.br e no Canal FUTURA de TV)

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HERÓIS DO MUNDO, click e conheça personalidades negras brasileiras que fizeram história (vídeos no site www.acordacultura.org.br)

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NOTA 10, click e experimente formas de aplicação da Lei 10.639/2003 (artigos no site www.acordacultura.org.br e programas no Canal FUTURA de TV)

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MOJUBÁ, click e receba o axé das várias expressões da cultura afro-brasileira (artigos e vídeos no site www.acordacultura.org.br)

E MAIS, click em:
Valores Civilizatórios
Cadernos do Professor
Sala de Música
Memória das Palavras
Biblioteca
Informes


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PROJETO "A COR DA CULTURA"

UM OLHAR SOBRE A DIVERSIDADE
Apresentação do Projejo A Cor da Cultura, retirada do Caderno de Textos 1 - Saberes de Fazeres - Modos de Ver

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Num mundo de grandes desigualdades, nem sempre é fácil lidar com a diferença. Ela está em toda a parte. Por vezes, é mais simples percebê-la quando a questão envolve apenas dois times de futebol, duas religiões, dois partidos políticos, duas formas de agir. Na abordagem de temas mais complexos, ou simplesmente se a proposta exige um exercício crítico rigoroso, podemos dizer que mesmo entre os mais semelhantes, habitam rigorosas diferenças – afinal, cada ser humano é único no conjunto de suas características.

Viver em sociedade implica a necessidade de uma postura em relação às diferenças – essa tende a ser uma condição comum até para quem busca compreender a ética ou a justiça. Mas, e quando as diferenças não são perceptíveis? Ou melhor, o que ocorre quando, em vez de reconhecê-las (e valorizá-las), passamos ao largo e assumimos o posicionamento de quem prefere fingir que elas não existem?

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Em primeiro lugar, para que um assunto gere discussão e divergência é preciso que ele seja abordado. Do contrário, a tendência é supormos que o nosso ponto de vista é o único correto. Mais do que isso: quando atribuímos juízo de valor às semelhanças e às diferenças, perdemos de vista o que elas podem proporcionar de melhor para uma compreensão mais apurada do mundo em que vivemos. Não deixar que elas revelem é negar uma possibilidade essencial para a transformação da sociedade: a partir dessa percepção reformulamos nosso modo de ver as coisas do mundo e, por conseqüência, o próprio mundo. Esse seria o papel do verdadeiro cidadão, ou seja, descobrir que tipo de conseqüência tem origem no ato de interpretar o mundo, de uma forma ou de outra. Com essa visão a descoberta das diferenças pode ser uma experiência enriquecedora.

A nossa proposta é compreender a diferença como diversidade e trabalhar em torno do binômio informação-educação, entendendo que ele representa mais do que produzir bons conteúdos culturais para a televisão. Consideramos o uso da TV com propósitos educacionais, buscando ampliar o acesso ao conhecimento. No entanto, manter tal compromisso com o telespectador implica evitar “respostas prontas” e permitir que ele formule suas próprias questões. De acordo com propostas pedagógicas contemporâneas, seria algo semelhante ao professor que vai além de simplesmente transmitir seu conhecimento ao aluno, e que compreende que o estudante também possui um saber – local, cultural, afetivo, profissional -, entre tantos. Por isso é importante falar das diferenças e procurar entender sua potencial contribuição para a sociedade. O projeto A Cor da Cultura quer abrir espaços para que seus diversos públicos construam por conta própria os alicerces de seu conhecimento.

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Paulo Freire nos ensina que a lição do educador deve, necessariamente, respeitar o educando, ou seja, “ensinar exige reconhecimento e assunção da identidade cultural”. A valorização do outro, de suas experiências, de seu espaço e cultura, é prioridade do projeto A Cor da Cultura, que pretende incluir na programação da TV um pouco da história, das vivências e da riqueza cultural do negro, recuperando temas e promovendo discussões que deveriam fazer parte do dia-a-dia da sociedade. A intenção é chamar a atenção para o fato de que a presença do afro-descendente na mídia e o acesso à informação sobre o patrimônio cultural produzido pelo negro não correspondem a sua participação demográfica, vivendo num país em que quase da metade da população é afro-descendente, é incompreensível que os meios de comunicação negligenciem sua participação como protagonista da vida social brasileira, atribuindo-lhe o papel de coadjuvante.

A História oficial relegou aos negros o papel secundário, dificultando o caminho em direção à sua inclusão social e criando um estado de desigualdade difícil de ser alterado. Difícil, mas não impossível.

O primeiro passo para mudar esse quadro é o entendimento de que há, sim, uma discriminação racial. Ela acontece ora de maneira mais explicita, como nas piadas, ora de maneira mais velada. O número reduzido de negros ocupando cargos mais altos nas empresas é um bom exemplo. De um modo ou de outro, a ação silenciosa do preconceito tem mantido os índices de desigualdades em patamares inaceitáveis para um país que se pretende democrático. De posse dos números e observando a realidade com alguma isenção, devemos deixar de lado o mito de que as condições são iguais.

Vale ressaltar que a desigualdade não se reflete apenas nos indicadores sociais ou nos desníveis de renda: essa é a expressão mais evidente do racismo. Ela evidencia uma estrutura cultural e social que acaba por mascar uma discriminação mais profunda: a desvalorização, desumanização e desqualificação, ou o não reconhecimento simbólico das tradições, saberes e fazeres do povo afro-descendente.

Devemos levar em conta que tal desigualdade não é exclusiva com relação aos afro-descendentes: outros grupos étnicos, raciais ou religiosos padecem com essa estrutura excludente, no Brasil e no mundo.

Baseados nesse fato, devemos nos perguntar: o que é preciso fazer para minimizar as diferenças no desenvolvimento social?

Mudanças não se processam da noite para o dia, nem tão pouco sem o envolvimento de parte expressiva da população. Para estabelecer o equilíbrio nessas relações, é necessária a participação de vários setores da sociedade civil, governos e ONGs e, principalmente, veículos de comunicação. Não se pode esquecer que, historicamente, a mídia, de maneira geral, sempre produziu conteúdo identificado com critérios e valores europeus, levando a uma “escassez de respeito ao déficit de reconhecimento da civilização e da população descendente de africanos”, no dizer do professor Júlio César de Tavares. Basta percorrer a programação da TV, freqüentar as redações de jornais e revistas, analisar seu conteúdo, buscar referencias sobre os temas ou assuntos vinculados à cultura negra para constatar que os afro-descendentes não estão representados de acordo com sua presença numérica e simbólica na nossa sociedade. Chega-se a conclusão de que os veículos não sabem lidar com as diferenças: então se tem uma comunicação influenciada ideologicamente, ainda que de maneira sutil. O pior resultado dessa prática é o racismo.

Eis aqui uma questão realmente fundamental para se discutir nas salas de aula. A influência dos veículos de comunicação sobre a forma de ser, de pensar e agir dos indivíduos tem sido estudada pelo menos nos últimos 80 anos. Em maior ou menor grau, é claro que a mídia influencia a maneira pela qual as pessoas percebem o mundo. Muitas vezes, o fato de algo estar na TV, no jornal ou no rádio faz com que as pessoas acreditem que seja real. É como se, para ser verdade, fosse preciso estar na mídia.

A ausência quase total de protagonistas negros influencia a forma das pessoas verem a realidade. Quando se observa que o negro só aparece como coadjuvante ou com sua imagem vinculada a algo negativo, seja na novela da TV ou na matéria do jornal, compreende-se como a mídia pode influenciar a maneira de as pessoas entenderem as relações dos grupos étnicos na sociedade, perpetuando os preconceitos. A representação do negro – ou a ausência dela -, seguindo os padrões que o colocam em posições subalternas, faz com que grande parte da sociedade reproduza as “vozes do racismo”. Sabemos que a mídia atua como moduladora dos conhecimentos, na medida que os agenda, referencia as fontes, seleciona as falas, normatiza a gramática cultural utilizada e produz os sentidos que influenciam na construção da realidade e na forma de o sujeito se relacionar com o mundo.

Para fugir desse roteiro tradicional, promover de fato a inclusão do negro no conteúdo dos veículos de comunicação evitar a chamada desqualificação de sua identidade cultural, o projeto A Cor da Cultura ganhou forma em diferentes produções audiovisuais do canal Futura, exibidas também na TV Globo e na TVE. Ao todo são cinco programas divididos em 56 episódios.

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Livros animados traz para a tela da TV obras de literatura infantil ilustradas, conferindo movimento às narrativas através de recursos de computação gráfica. As histórias são voltadas para um público de 5 a 10 anos e procuram discutir temas como multicuturalismo, identidade, memória e etnia. Como critério, entre outros, está a necessidade de evidenciar a contribuição do negro, seja no ato de criação do livro ou na temática. A proposta é elaborada no sentido de restituir ao afro-descendente a possibilidade de elevar sua auto-estima , com produtos audiovisuais ricos em termos de lucidade.

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No programa Nota 10 Especial - A Cor da Cultura, a realidade da sala de aula é o pano de fundo para discussões cujo fio condutor é sempre um tema ligado à Educação. O propósito fundamental da série aponta para reflexão de alunos e professores sobre a diferença, reproduzindo muitas vezes situações corriqueiras do dia-a-dia da escola. Os assuntos abordados vão de representação dos negros nos materiais didáticos utilizados no colégios à religiosidade de origem africana. A partir desses conteúdos, pode haver o debate sobre como o preconceito é naturalizado, permitindo enxergar (talvez) formas não explicitas de exclusão.

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O interprograma, como o nome sugere, ocupa o espaço entre duas atrações de maior duração. Os Heróis de Todo Mundo é a prova de que, mesmo de forma reduzida é possível contar uma historia de modo sedutor e educativo. Os episódios percorrem a vida de grandes personagens negros do passado que se destacaram em suas áreas de atuação. Eles são representados por personalidades da atualidade, cujas carreiras, de alguma forma, influenciaram. Se a heroicidade contribuiu para a identificação do homem projetando sua auto-estima , esses interprogramas, ainda permitem recuperar aspectos históricos importantes para ajudar o telespectador a redesenhar sua visão sobre os mitos de uma sociedade, indo além das figuras genuinamente ligadas aos valores europeus.

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Jogo HERÓIS DE TODO MUNDO

Ação é o programa que pretende evidenciar iniciavas de cunho social, promovidas por instituições sem fins lucrativos, voluntários e organizações não-governamentais de natureza diversa. As discussões giram em torno de como a sociedade pode se transformar no curto, médio e longo prazo, a partir da ação responsáveis de grupos ou indivíduos. No caso, os programas especiais criados para o projeto A Cor da Cultura abordam a contribuição cultural de ONGs, como o projeto Sonho de Erês e a Escola Criativa de Olodum, para valorização da identidade do afro-descendente e sua melhor inclusão social.

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Completa a série de programas Mojubá, conjunto de documentários sobre a religiosidade de matriz africana e sua penetração nas crenças e na própria cultura brasileira, em perspectiva histórica, social, e etnográfica. A fé é revelada como instrumento de resistência, componente da História e da identidade cultural; através dela, vemos como nosso cotidiano foi enriquecido pela tradição religiosa africana e percebemos que a distância que separa continentes não separa culturas.

Em outro plano do trabalho, o projeto A Cor da Cultura prevê uma série de atividades com o objetivo de tornar acessíveis às escolas o conteúdo dos programas. A idéia é criar um espaço de discussão entre alunos e professores sobre as questões ligadas à participação social dos descendentes de africanos, à discriminação que assume a feição do racismo, à valorização das formas de expressão do negro, entre outros assuntos. Essa iniciativa atende aos propósitos da lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica. Considerando a importância do tema para interferir no processo de produção de desigualdades étnico-raciais e de racismo, o projeto A Cor da Cultura espera incluir o assunto na agenda de discussão das escolas. Levando-se em conta que o movimento precisa ser coletivo, a expectativa é de que esse trabalho se desenvolva nas escolas, ecoando para os demais espaços sociais e disseminando valores mais igualitários.

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CD com sons afro-brasileiros

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Jogo de palavras

Projeto A cor da Cultura

6 de setembro de 2006

PORTAL PLENARINHO

Essa matéria saiu no site do Plenarinho, site infantil da Câmara Federal de Deputados. www.plenarinho.gov.br

15/07/2007 | Brasil | Infância
RACISMO, AS DIFERENÇAS CONTINUAM

Em maio de 2005

"Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!"

Essa é uma das frases do célebre discurso de Martin Luther King, "Eu tenho um sonho". Luther King era um pastor negro e um dos principais líderes do movimento norte-americano contra o racismo.Ele lutou até morrer por um tratamento igual e por uma melhoria da situação da comunidade negra do seu país e do mundo, liderando protestos (manifestações) pacíficas e fazendo discursos emocionantes sobre a necessidade do fim da desigualdade racial.
A Turma do Plenarinho, fã de carteirinha de Luther King, torce para que o sonho do líder negro se realize porque, apesar do fim da escravidão há 118 anos, o racismo continuam existindo no Brasil.

Certamente, o mundo será muito melhor quando acabar a discriminação entre as pessoas por causa da cor, religião ou qualquer outra diferença. E não há data melhor para refletirmos sobre o assunto do que o dia 13 de maio. Afinal de contas, no dia 13 de maio de 1888 - há exatos 118 anos - , a princesa Isabel decretava o fim da escravidão . Esta data deve servir para pensarmos, compreendermos e valorizarmos a riqueza cultural dos negros no Brasil.
Escravidão no Brasil

Por mais de 300 anos, a escravidão foi a forma de trabalho mais comum no Brasil. E olha só, a escravidão é uma coisa muito ruim, viu? Você sabe direitinho como ela funciona? A gente explica: a escravidão acontece contra a vontade do trabalhador. Ele trabalha à força e não recebe salário nenhum. A pessoa escravizada não tem direitos pois é propriedade do seu dono, como se fosse um carro, por exemplo.
Os negros eram capturados de suas tribos na África - nagôs da Nigéria, geges do Naomé, bantos da Angola, benguelas... Trazidos à força para o Brasil, vinham nos porões dos navios negreiros, em péssimas condições, sem espaço, água e alimentos suficientes para a viagem de barco, que naquela época durava entre 30 e 40 dias.

Aqueles que morriam por causa das condições da viagem eram simplesmente jogados no mar. O ponto de chegada dos navios era geralmente Salvador e Recife, um tempo depois o Rio de Janeiro passou a fazer parte da rota.

Durante muito tempo, o tráfico de escravos foi um bom negócio. Tanto para os homens que vendiam quanto para os que compravam. E quem comprava? Eram os senhores de engenho do Nordeste, os plantadores de café e mineradores da região Sudeste.

A escravidão não acabou simplesmente por decreto. A princesa Isabel (você sabe qual era o nome completo dela? Olha só que enorme: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon Bragança e Orléans foi uma personagem importante nessa história, mas rolaram mais coisas para que essa forma de exploração tivesse fim.
Campanha contra a escravatura
Alguns professores de História, sabidos que só eles, têm uma explicação muito interessante para essa mudança. Com o surgimento das indústrias no século XVIII (o século XVIII vai de 1701 a 1800), as mercadorias começaram a ser fabricadas aos montes. Um montão de produtos precisa de um montão de compradores, não é?

Aí que o Brasil entra na história. Países como Portugal, Espanha e Inglaterra eram os chamados colonizadores, e nós, da América do Sul, éramos colônias, dependentes deles. Eles mandavam produtos como tecidos para os ricos daqui. Em troca, as colônias forneciam ouro, açúcar, prata e café. Essa relação funcionou bem até que a Inglaterra virou a rainha da indústria.

Como os escravos não recebiam salários (e eles eram muitos!), eles não podiam comprar. Aí que a Inglaterra começou a achar a escravidão um mau negócio. Começou, então, uma campanha para acabar com a escravidão.

Com a industrialização, a Inglaterra vendeu cada coisa para o Brasil! O negócio era tão maluco que teve brasileiro no Nordeste comprando esqui de neve. Dá para acreditar?
Líderes Negros


Zumbi dos Palmares – A princesa Isabel assinou a Lei Áurea decretando a abolição da escravatura no dia 13 de abril de 1888. Isso foi uma coisa muito legal, mas essa conquista não é só dela. Antes disso, muitos negros já arriscavam suas vidas na luta pela liberdade. Zumbi dos Palmares foi um desses guerreiros. O Zé Plenarinho está doido para conhecer a história de Zumbi, e você? A gente conta!
No comecinho do século XVII (o século XVII vai de 1601 a 1700), uns 40 escravos fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar de Pernambuco, até que chegaram à Serra da Barriga, atual Alagoas. Essa região tinha o solo fértil e um monte de palmeiras. Por causa disso, os escravos fugidos, novos habitantes da região, deram o nome ao lugar de Palmares.
Palmares cresceu e se transformou no quilombo (lugar de resistência dos negros) mais importante da história da escravidão no País. O maior líder desse pessoal todo foi um negro guerreiro chamado Zumbi. Os homens brancos e livres tentaram invadir e acabar com Palmares várias vezes. Esse lugar se transformou no centro de resistência contra a escravidão. Lá os negros eram considerados livres.
No dia 6 de fevereiro de 1694, ajudados pelos canhões, soldados abriram caminho, encurralando os negros contra um precipício. Era o fim de Palmares. Mesmo ferido, Zumbi conseguiu fugir e só foi preso quase dois anos depois, quando um negro, em troca da vida, disse onde o líder Zumbi estava escondido. No dia 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto. A data ficou guardada na história: 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra.

Martin Luther King – Martin Luther King nasceu no dia 15 de janeiro de 1929, na Georgia, cidade dos Estados Unidos. Primeiro filho de uma família de negros norte-americanos de classe média, seu pai era pastor de uma Igreja Batista e sua mãe era professora. Com 19 anos de idade, Luther King seguiu os passos do pai e se tornou pastor da igreja.
Ele começou sua luta pelos direitos dos negros em 1955, quando organizou um protesto contra um ato de discriminação de uma passageira negra em um ônibus (nessa época, os negros que estavam sentados no ônibus tinham que dar seus lugares para os brancos).
Por causa desse protesto, que durou um ano, Martin Luther King teve sua casa bombardeada. Se você acha que isso o fez parar, está enganado. Em 1960, ele liderou um montão de protestos em várias cidades norte-americanas contra a separação das raças em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. E foi durante uma dessas manifestações que ele foi preso, acusado de causar desordem pública.
Em 1963, ele entrou para a história com um discurso que fez em Washington. Esse discurso ficou conhecido como "Eu tenho um sonho" (I have a dream, em inglês). Mesmo tendo agido sempre contra a violência, King foi baleado e morto por um branco em 4 de abril de 1968.

Racismo - Tô fora!

Se existe algo que não está com nada, nadica de nada, essa coisa é o racismo. Você com certeza já ouviu falar, mas sabe o que é o racismo direitinho? A Légis, uma menina muito esperta da Turma do Plenarinho, é negra e está sempre superligada nesse tema. Ela pesquisou o que é o racismo e explica agora para você! A Turma agradece, Légis.
O racismo é uma forma de pensamento que acredita que existem raças humanas diferentes e superiores umas às outras. Mas se engana quem acha que o racismo é uma teoria científica. Na verdade ele é um conjunto de opiniões sem fundamento. A crença de que existem raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão.
Nos Estados Unidos, existe até hoje uma organização racista totalmente fora de moda chamada Ku Klux Klan. Com um nome esquisito, essa organização surgiu em 1865.

Seis jovens da cidadezinha americana de Pulaski, no Tennessee, sem muito o que fazer, resolveram espantar o tédio de um jeito diferente: fundar uma microssociedade secreta. A curtição deles era andar a cavalo à noite, disfarçados com lençóis e capuzes em forma de cones brancos, para pregar peça nos vizinhos. Nada demais até então. Só que aí a sociedade de brincadeira foi juntando cada vez mais membros. E a coisa desandou.
O movimento racista estava no auge, já que os escravos tinham sido libertados pelos vencedores da Guerra Civil Americana, os estados do Norte. E as cavalgadas noturnas viraram perseguições a negros.

Em um ano a Ku Klux Klan (KKK) já tinha virado uma organização assassina. Depois de inúmeros linchamentos, espancamentos, incêndios e enforcamentos, a Klan finalmente foi reconhecida como uma entidade terrorista e acabou banida pelo governo americano em 1872.

Voltou em 1915 e hoje, ela tem uns 3 mil membros que se dedicam a distribuir panfletos racistas. A Ku Klux Klan é só um exemplo de como o racismo não está com nada.

Quer saber de outra história dessas? Quando Hitler governou a Alemanha, entre 1933 e 1945, ele implantou uma política chamada nazismo. Os nazistas acreditavam que os judeus eram uma raça inferior e deveriam ser mortos. Cerca de seis milhões de judeus foram assassinados no chamado Holocausto (a palavra holocausto era usada para falar de grandes desastres e massacres, até que depois da Segunda Guerra Mundial ela passou a ser utilizada para falar da morte de milhões de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler). O nazismo foi proibido na Alemanha, mas pequenos grupos de simpatizantes dessa idéia, chamados neonazistas, continuam a existir por lá e em outros países.

O Brasil dos nossos dias é conhecido como um país tolerante, quer dizer, que não discrimina as pessoas. Mas será que é assim mesmo?
A palavra é dos negros


Em outubro do ano passado, adultos e jovens que fazem parte de organizações a favor dos direitos dos negros participaram do I Encontro de Universitários Negros do Entorno e do DF, na Universidade de Brasília (UnB). Lá eles trocaram idéias sobre o negro no mercado de trabalho e sobre a violência racial.
Você por acaso já viu algum programa infantil de televisão que tenha um apresentador negro? O professor de História do Centro de Ensino Médio 3 do Gama, uma cidade que fica coladinha em Brasília, estava na platéia do Encontro com um grupo de 20 de seus alunos e lembrou disso: "A violência na mídia é muito clara. Não existe apresentador infantil negro. O racismo é óbvio (claro), mas não parece óbvio", comentou.

A jovem Ana Luiza Pinheiro Flauzina, estudante de mestrado da UnB, também estava lá e mandou bem. Ela faz parte de um grupo de Brasília chamado Enegrecer. Ana Luiza falou sobre as pessoas que são presas no Brasil.

"Os crimes cometidos pelo pobre, em sua maioria, negros, são altamente punidos, mas crimes de colarinho branco não são (crimes de colarinho branco são aqueles realizados por pessoas poderosas, geralmente sem violência, que envolvem muito dinheiro). O sistema penal brasileiro escolhe quem é preso".

(Fonte: Assessoria de Comunicação da UnB)
Política de Cotas


Falando na UnB, ela foi a primeira universidade do Brasil a implantar o sistema de cotas para negros. Lá 20% das vagas são reservadas para eles. É assim que funciona esse sistema: uma parte das vagas é selecionada para a concorrência apenas entre os negros.
Isso tudo começou porque professores e pesquisadores perceberam que as universidades públicas do Brasil eram ocupadas em sua maioria por brancos. E você sabe, né? Ter um curso superior e um diploma é importante para conseguir um bom emprego.

A política de cotas foi pensada para tentar melhorar a vida dos negros brasileiros, que desde a abolição são livres, mas continuam à margem da sociedade.

Mesmo com boa intenção, a política de cotas é um assunto polêmico. Você sabe por quê? Tem gente que acha que seria melhor pensar um jeito de consertar os problemas do ensino médio de todo o Brasil, e principalmente o da rede pública. Daí todos teriam as mesmas condições no vestibular.

Outras pessoas argumentam que os negros que entrassem na universidade pelo sistema de cotas teriam dificuldade de acompanhar o restante da turma que passou no vestibular tradicional, e a qualidade do ensino cairia.

Até agora, no entanto, nenhum desses problemas virou notícia, sinal de que eles não estão existindo. Em 14 instituições de ensino superior, a política de cotas já é uma realidade.
Na Câmara
A Câmara dos Deputados não podia ficar fora do debate sobre o negro e sua inclusão na sociedade. A começar pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), que tem participado da discussão sobre as cotas para negros nas universidades.
Em abril passado, rolou um seminário na Câmara para debater o Projeto de Lei 73/99, da deputada Nice Lobão, do PFL do Maranhão, que cria cotas em todas as universidades públicas . Esse projeto já foi aprovado pelas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania; Direitos Humanos e Minorias e Educação da Câmara. Mas um terço dos deputados pediu que a proposta fosse votada por todos, em Plenário. Agora, a Mesa Diretora vai agendar um dia para a votação.

Além da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, existe na Câmara uma Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial. O deputado Luiz Alberto, do PT da Bahia, é presidente dessa Frente e contou para a Turma do Plenarinho a opinião dele sobre o racismo e o negro no Brasil: "Tem gente que pergunta se existe racismo no Brasil.

Você já percebeu que a maioria das pessoas que têm carros e casas bonitas são brancas? Isso é um traço da desigualdade, pois a maioria dos negros eram escravos e não ganhavam dinheiro pelo trabalho, então ficavam pobres, e ainda hoje, muitos negros são pobres".
Ficou curioso para saber mais da opinião do deputado, que trata o 13 de maio como Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo? Então, não perca tempo! Leia o artigo que ele escreveu especialmente para o Plenarinho.

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13 de maio: dia de denúncia - Dep. Luiz Alberto

Maio de 2006
Pelo dep. Luiz Alberto
Qual a participação dos africanos escravizados na Abolição da Escravatura? Você sabia que a Lei Áurea só foi assinada no dia 13 de maio de 1888, pela Princesa Isabel, por que os escravizados, negros e negras, já estavam lutando pela liberdade em todo o Brasil?

Os livros de História nem sempre contam essa parte do passado. Nem sempre os livros falam que as revoltas e manifestações contra a escravidão aconteceram no País inteiro, e que essa mobilização influenciou muito a decisão de fazer a Abolição da Escravatura no Brasil.

Para muitos de nós, descendentes de escravos, esse não é um dia de comemoração. Para nós, o 13 de maio é o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. O que significa isso? Esse é um dia que marca a luta dos negros e negras do Brasil contra a desigualdade e a discriminação racial.

Tem gente que pergunta se existe racismo no Brasil. Você já percebeu que a maioria das pessoas que têm carros e casas bonitas são brancas? Isso é um traço da desigualdade, pois a maioria dos negros eram escravos e não ganhavam dinheiro pelo trabalho; então ficavam pobres, e ainda hoje, muitos negros são pobres.

Você já prestou atenção que na TV, em programas para crianças, praticamente não existem apresentadoras negras? Já viu que a maioria das apresentadoras é loura? Mas, pense bem, a maioria das pessoas que você conhece é loura? Isso é um traço do racismo, mostra que há discriminação (diferenciação) pela cor na hora de escolher quem vai aparecer na TV.
É por isso que no 13 de maio não lembramos da Princesa Isabel, mas de heróis negros como Zumbi dos Palmares. Zumbi organizou um lugar, no estado de Alagoas, onde ninguém era escravizado, castigado, impedido de comer ou ir aonde quisesse. Esse lugar chamava-se Quilombo dos Palmares.

No Brasil inteiro havia muitos lugares como esse, mas Palmares é o mais famoso. Ele é uma inspiração para lutar contra o racismo e suas conseqüências, que trazem problemas para os negros e negras até hoje.
Crianças, meninos e meninas, nasciam e cresciam nesses lugares onde todos lutavam para que ninguém fosse escravizado, discriminado, tratado diferente.

Desde criança é possível lutar contra o racismo. Um bom começo é não tratar ninguém diferente por causa da cor da pele, do cabelo, do jeito de falar ou se vestir. Outra coisa é saber mais sobre os heróis e heroínas negros. Essa é a história que nós queríamos dividir com você hoje.
Quer lutar contra o racismo?
Pesquise mais sobre Zumbi dos Palmares.

O deputado federal Luiz Alberto, do PT da Bahia, é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial. Natural do município de Maragogipe, região do Recôncavo Baiano, ele atua politicamente desde a década de 70, tendo como compromisso a luta e organização da sociedade brasileira, com especial atenção aos excluídos, ao combate ao racismo e à melhoria das condições de vida dos trabalhadores.

Luiz Alberto fundou e preside a Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, é petroleiro aposentado, dirigente sindical e militante do MNU - Movimento Negro Unificado




Fonte: www.plenarinho.gov.br



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PORTAL PLENARINHO

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O Plenarinho é o principal canal de interação entre a Câmara dos Deputados e o universo infantil (crianças de 7 a 12 anos, pais, professores e educadores). Por meio de uma linguagem acessível e lúdica, o portal informa sobre o Poder Legislativo - elaboração de leis e atuação parlamentar -, política, democracia e organização do Estado.

A Turma do Plenarinho, composta por sete simpáticos personagens, foi criada para facilitar a identificação com o público infantil. Além de fornecer conteúdo para pesquisas sobre temas diversos, o Plenarinho oferece ainda subsídio para que as crianças desenvolvam o pensamento crítico e formem sua cidadania.

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Objetivos
- Proporcionar um instrumento de comunicação dinâmico para que crianças de todas as regiões do País possam conhecer o papel da Câmara dos Deputados e do Poder Legislativo brasileiro.

- Trabalhar conceitos básicos de cidadania e direitos sociais e incentivar a formação de valores sociais e humanos.

- Divulgar noções básicas do processo legislativo para a formação da consciência sobre a importância do Poder Legislativo na consolidação democrática e crescimento do País.

- Estimular a formação de consciência política nas novas gerações para a formação de futuros líderes.

- Oferecer às crianças uma fonte permanente e dinâmica de informações sobre o Legislativo.

- Aproximar o público infantil do exercício da atividade política.

Como surgiu
O Plenarinho nasceu da iniciativa de funcionários da Câmara dos Deputados, que foi a vencedora do concurso “Câmara em Idéias” de 2002. Para desenvolver o projeto foi formado um grupo composto por servidores de várias áreas.

Estabelecidas as primeiras diretrizes e a missão do projeto, um grupo técnico desenvolveu o sítio. Em agosto de 2004, o Plenarinho foi lançado simultaneamente em 26 escolas públicas do País.

Em setembro de 2006, o sítio foi transformado em portal, fruto da reformulação dos conteúdos apresentados, formas de navegação, linguagem textual e visual e ferramentas de interação com as crianças.

Plenarinho para professores
O professor é o principal aliado da Câmara dos Deputados para levar o sítio infantil, e consequentemente o Poder Legislativo, para dentro da escola. A coordenação do Plenarinho pressupõe a atuação do professor como multiplicador na escola e, principalmente, como esclarecedor e enriquecedor dos assuntos tratados no sítio.

Plenarinho para Professores é um programa a distância veiculado pela Internet por meio do portal www.plenarinho.gov.br que contém textos, oficinas e atividades didáticas direcionadas ao professor do Ensino Fundamental, com conteúdo básico que contempla:

Educação no século XXI;
Organização do Estado Republicano, Democrático e Representativo: os três Poderes e suas atribuições;
Poder Legislativo: o papel da Câmara dos Deputados;
Processo Legislativo: aprovação de um projeto de lei.

Quem faz o Plenarinho

Câmara dos Deputados

Presidente
Aldo Rebelo
Presidência: Edifício Principal
Telefone: (61) 3215-8000 / 3215-8002 / 3215-8014 / 3215-8015
Fax: (61) 3215-8042
E-mail: presidencia@camara.gov.br

Diretor-geral
Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida
Telefone: (61) 3216-2000 / 3216-2001 / 3216-2002 / 3216-2003
Fax: (61) 3216-2015
E-mail: dg@camara.gov.br

Secretaria de Comunicação Social
William França
Telefone: (61) 3216-1500
Fax: (61) 3216-1505
E-mail: william.franca@camara.gov.br

Coordenadora do Projeto Plenarinho
Maria Raquel Melo
Telefone: (61) 3216-1804 e 3216-1805
E-mail: raquel.melo@camara.gov.br

Editora
Maria Amélia Elói
E-mail: amelia.eloi@camara.gov.br

Psicopedagoga
Ana Cláudia Lustosa
E-mail: ana.costa@camara.gov.br

Produtora
Lilian Daher
E-mail: lilian.daher@camara.gov.br
Rafaela Céo
E-mail: rafaela.ceo@camara.gov.br

Ilustrador
Leif Bessa
E-mail: leif.bessa@camara.gov.br

Web designers
André Luiz do Nascimento
E-mail: andre.nascimento@camara.gov.br
Arthur Emílio de Azevedo Cordeiro
E-mail: arthur.cordeiro@camara.gov.br
Endereço:

Câmara dos Deputados
Anexo I – 15º andar – Sala 1504
Brasília-DF
CEP: 70.160-900
Contato:
Telefone: (61) 3216-1804 / 3216-1805
E-mail: plenarinho@camara.gov.br

LINKS DA INTERNET

www.acordacultura.org.br

www.acaoeducativa.org

www.andi.org.br

www.aprendebrasil.com.br

www.ceert.org.br

www.dhnet.org.br

www.fundacaoorsa.org.br

www.ced.ufsc.br/nucleos/mover/homepage.html

www.politicasdacor.net

www.mec.gov.br

www.planalto.gov.br/seppir/