25 de agosto de 2006

Pesquisa analisa personagens negras na literatura infanto-juvenil brasileira

Coordecom

07 de março de 2006 - 13:48
Elaine Tortorelli

Uma pesquisa aborda as personagens negras na literatura Infanto-juvenil. De autoria do professor da Universidade do Estado de Mato Grosso, Unemat, Luiz Fernando França a dissertação é parte do trabalho para conclusão do mestrado em Estudos da Linguagem da Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT).

Com o tema Personagens Negras na Literatura Infanto e Juvenil brasileira: da manutenção à desconstrução de estereótipos, o trabalho teve como objetivo analisar a representação da personagem negra na literatura infantil e juvenil considerando a trajetória histórico-literário do gênero no Brasil .

Para realizar a analise o autor apoio-se em textos de várias épocas. O inicio se deu com a gênese da literatura infantil e juvenil com os poemas de Olavo Bilac A borboleta negra,Os reis magos e Mãe Maria, uma vida entre outros. Nas demais décadas a partir de 20 até a de 50 o pesquisador utilizou vários autores como Monteiro Lobato em Reinações de Narizinho; Érico Veríssimo com as Aventuras do avião vermelho; Maria José Dupré com os livros A motanha mágica e A ilha perdida e Cazuza de autoria de Viriato Corrêa.

No período contemporâneo, Luiz Fernando escolheu as obras O menino Marron, de Ziraldo,; A cor da ternura de autoria de Geni Guimarães; além de produções de Oswaldo Faustino, Aroldo Macedo, Rogério Andrade Barbosa e Ana Maria Machado.

No estudo o pesquisador pode verificar que nas obras da primeira metade século XX existia uma conservação do estereótipo do negro . O que nas produções contemporânea é modificada. Isso se dá de acordo com a pesquisa pela influencia da negritude e do próprio movimento negro. Essa obras utilizam outras formas de representação como a inserção de traços e símbolos da cultura afro-brasileira ,aspectos mecanismos de resistência para enfrentar os preconceitos e a realidade social, a valorização da identidade afro e das diferenças culturais.

Para o autor, nesse sentido a presença do negro na literatura infantil e Juvenil brasileira participa de um processo que vai da manutenção a desconstrução de estereótipos negativo.

Luiz Fernado é professor do Departamento de Letras da Unemat , instituição onde concluiu sua graduação.

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Segunda-feira, 07 de maio de 2007

CIRANDA
Central de Notícias dos Direitos da Infância e da Adolescência
EDIÇÃO NÚMERO: 68


Freud, as crianças e as histórias infantis: o valor da verdade - 28/04/2006

* Seminário mostra que literatura infantil pode ser utilizada como ferramenta de educação e cultura *Diante da evolução dos contos, alguns especialistas entram em divergência sobre a situação e a atuação dessas histórias. Freud explica?


Como todo ser humano, uma criança procura entender o mundo ao seu redor e se relacionar. Ela deseja, necessita, sofre e percebe. Apesar de contar com um menor número de recursos verbais, o menino ou menina pode utilizar outras técnicas para se desenvolver. Entre elas, os contos infantis. Esses deram à criança o direito de escutar e ser ensinada. O direito de aprender sobre o bem e o mal. O certo e o errado. Mas e hoje? Qual a situação dos contos infantis? Cumprem eles suas funções diante do público-alvo?
Aproveitando o marco dos 150 anos do nascimento do autor da psicanálise, Sigmund Freud, a Sociedade Paranaense de Pediatria realiza na próxima quinta-feira, 04/05, o seminário Freud, as crianças e as histórias infantis: o valor da verdade. Com palestras e debates, os psicanalistas pretendem avaliar e significar as maneiras como a criança absorve e reproduz valores. O público alvo são educadores, psicanalistas, pais, mães, além de todos aqueles que se interessem pelas temáticas relacionadas às crianças.

A literatura infantil ontem, hoje e amanhãHistoriadores contavam as histórias para os adultos e não para as crianças. A partir dos contos infantis, os pequenos ganharam uma oportunidade de aprendizado, educação e transmissão de valores. A criança adapta a história a sua realidade, cada uma com suas interpretações e conclusões próprias. O lobo mal é um exemplo, a bruxa também.
Porém, com a mudança dos contextos de vida, mudaram-se os contos, o que causa divergências entre especialistas. De um lado, alguns afirmam que muitas das novas histórias, mesmo as adaptadas de velhos contos, deturpam valores do bem e do mal e confundem as crianças. De outro, existe a indagação de que esses valores ainda existem, no entanto, não são os mesmos dos tempos anteriores.

Conto de fadas - Fenômeno cultural e literário. Tem o objetivo de formar leitores, fazendo da diversidade cultural um fato. Também tem a função de valorizar as etnias, encantar e sensibilizar o ouvinte, estimular o imaginário, articular o sensível, alimentar o espírito.

Pelo conto à moda antiga
Nos contos antigos eram claros os papéis do mocinho e do vilão, enquanto hoje, o mocinho pode, de uma hora para outra, se transformar em vilão e vice-versa. O que está acontecendo? De acordo com especialistas, um dos problemas é que, nas histórias atuais, mesmo nas adaptações, o objetivo e a finalidade não são claros para as crianças. Ao invés de solucionar, estes contos confundem. A própria adaptação às vezes faz com que o conto perca a sua função, não trazendo uma busca de soluções coletivas e formando crianças que agem em torno de interesses próprios.

Novos problemas. Novos contosPara os especialistas, a vontade de a criança ouvir mais de uma vez uma história está refletida no tanto que tal conto se assemelha com seu contexto de vida. Percebe-se, atualmente, uma velocidade muito grande de informações na sociedade. Uma velocidade muito maior que em outros tempos. Por conseqüência, houve, de certa forma, diluição da moral, troca de valores e aparecimento de novos problemas e medos.

Realidade e ficção
Parece óbvio, mas não é. Sem ter o que aprender, muitas crianças se desinteressam pelas antigas histórias. E foi descobrindo os problemas, interesses e dificuldades dessa nova geração de leitores infantis que Joanne Kathleen Rowling, autora da série Harry Potter, entrou para a lista dos autores mais vendidos no mundo. Hoje, os problemas a serem enfrentados pelas crianças são o envolvimento com as drogas, a dificuldade de representatividade social, o abuso por parte de terceiros, e, em especial, a solidão. Este é o caso de Harry Potter, um garoto que perdeu os pais em uma batalha na qual eles tentavam salvar a sua vida. Harry vive sozinho e tem diversos desafios a vencer, em uma mescla de fatos que misturam a vida cotidiana com a ficção. Alguma semelhança com a infância e a juventude atuais seria mera coincidência?

Sigmund Freud
Muitas teorias enxergam a criança de forma diferenciada graças a Sigmund Freud. Austríaco, ele nasceu em seis de maio de 1856 e morreu em 23 de setembro de 1939. Entre suas diversas teorias, destaca-se a criação da psicanálise. Seus conceitos de inconsciente, desejos inconscientes e repressão também foram revolucionários.

O que diz o ECA
Art. 58 – No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura.

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